Por : Vinicius Nunes (CARTA CAPITAL)
A grande mobilização dos servidores públicos, que culminou na Marcha Nacional desta semana, começa a mostrar resultados concretos no cenário político. Matéria da revista Carta Capital confirma que a Reforma Administrativa (PEC 38) “encalhou” e deixou o presidente da Câmara, Hugo Motta, isolado, sem apoio do governo e do Centrão.
Em análise sobre o novo cenário, o presidente da Pública, José Gozze, publicou um artigo creditando esta vitória à luta e união da categoria, que dobrou as estimativas de público na marcha. Gozze, no entanto, alerta que a mobilização não deve parar e que uma greve geral pode ser o próximo passo.
Sem apoio dos deputados, Hugo Motta, presidente da Câmara Federal, já percebeu que a reforma administrativa, PEC 38, PERDE FORÇA.
Mas não tomem isso como um presente. Isso é fruto da nossa luta e união. Falaram em 15.000 participantes na marcha. De cima do caminhão de som, me arrisco com tranquilidade em dobrar o número de participantes e de todos os Estados e do Distrito Federal.
Mas não vamos relaxar, pelo contrário, essa luta precisa tomar corpo ainda maior.
Parabéns, servidores públicos! Parabéns, Entidades representativas!
Agora é a hora e precisamos continuar o caminho. Uma greve geral pode acontecer. Estejamos prontos.
A tentativa do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de fazer avançar a reforma administrativa encontrou um muro de resistência na própria Casa. Com o mínimo de assinaturas para ser protocolada e marcada por uma série de retiradas de apoio nos últimos dias, a proposta naufragou politicamente antes de chegar ao plenário.
Nos corredores do Congresso, líderes partidários avaliam que a reforma perdeu o momento e dificilmente prosperará sem uma mudança no cenário político. Deputados do Centrão já consideram o tema “fora de pauta” e enxergam pouca disposição do governo em defendê-lo.
A leitura majoritária é de que, em ano pré-eleitoral, não há espaço para discussões que possam gerar desgaste com categorias organizadas ou alimentar tensões. A ausência de apoio explícito do Palácio do Planalto e a boa avaliação do governo Lula (PT) reforçam esse quadro.
O resultado é um isolamento de Motta, que tentou transformar a reforma em uma marca de gestão. Sem o apoio do governo nem o respaldo do Centrão, o presidente da Câmara perdeu o eixo político que sustenta grandes votações.
Mesmo congressistas que defendem a necessidade da reforma reconhecem que a discussão foi lançada fora de tempo. O consenso é que reformas estruturais exigem capital político e liderança, dois elementos que hoje não existem no Congresso. “Esse tipo de pauta só anda com força de governo e coordenação de base. Nenhum dos dois existe neste momento”, avaliou um líder da Câmara.
A perspectiva é de que a reforma administrativa fique paralisada até o próximo ciclo de governo, a partir de 2027.
Texto publicado originalmente em: https://www.cartacapital.com.br/politica/sem-governo-e-centrao-reforma-administrativa-encalha-e-deixa-hugo-motta-isolado-na-camara/
											

