Deu a louca no RH de Ricardo Nunes. E olha que a prefeitura terá orçamento recorde este ano, de R$ 125 bilhões. E Totó Parente é o novo secretário de Cultura de São Paulo. Nunca ouviu falar?
É porque Totó foi vereador em Cuiabá entre 2000 e 2004, e secretário do ministro Geddel, da Integração Nacional, no governo Lula. Depois, assessor no governo Dilma. Continuou em Brasília, com Temer, na pasta do Turismo. Depois, secretário-adjunto de Comunicação do inesquecível governador do Rio Wilson Witzel, e trabalhou com Simone Tebet, no atual governo Lula. Como se fosse pouco, ainda foi assessor de campanha de Lindbergh Farias, o deputado federal que namora Gleisi Hoffmann, a presidente do PT. Ou seja, caiu de paraquedas em São Paulo. A mídia matogrossense celebrou mais a nomeação do conterrâneo do que a paulistana, que desconhece Totó.
Apesar do currículo vastamente generalista, o Forrest Gump do MDB não tem nenhuma passagem conhecida como produtor, administrador cultural, artista ou mecenas. Não deve saber a diferença entre a eternamente inacabada Vila Itororó e a semi-abandonada Casa Modernista. Será que sabe que a Virada Cultural de São Paulo é a mais cara do mundo, apesar de inócua e sem repercussão?
Mal deve saber da pífia programação das salas de cinema dos CEUs na periferia de São Paulo ou do deserto que virou a “Praça das Artes”. Como aceitou um cargo para o qual não está preparado, precisa aceitar bem o deboche.
Muito se fala do inchaço federal e do número exorbitante de ministérios. E dos cortes de gastos que nunca chegam. Mas o município não é melhor. Em 2018, Bruno Covas tinha 24 secretarias. Nunes tem 35. A primeira reunião do secretariado precisou ser no vasto saguão da prefeitura —não há sala que abrigue tanta gente. “Transporte e Mobilidade Urbana” e “Mobilidade e Trânsito” são duas secretarias diferentes —nem se deram ao trabalho de inventar nomes menos semelhantes. “Mudanças Climáticas” e “Verde e Meio Ambiente” são secretarias distintas —e uma vai boicotar a outra, como sói acontecer.
Mas o melhor é este bololô: as secretarias de “Projetos Estratégicos”, “Planejamento e Entregas Prioritárias”, “Gestão”, “Governo”, “Casa Civil”, “Desenvolvimento Econômico e Trabalho” e “Desestatização e Parcerias”. Se a prefeitura não consegue arbitrar tantas bolas divididas e torrar dinheiro com nomeados dispensáveis, “gestão” não é o forte, apesar da nomenclatura.
O secretário de Cultura não é o único forasteiro (não só de cidade, mas de expertise) a assumir uma pasta importante no segundo mandato de Nunes.
O pastor da Igreja Universal Milton Vieira, residente em São José dos Campos, será o secretário de Inovação e Tecnologia. Ele já era o secretário de Habitação da capital, quase sempre à distância. Sua agenda era desenhada sob medida para ele continuar em São José. Nem sinal da moradia popular que surgiria no buraco do Largo do Paissandu, onde um prédio desabou em chamas há quase sete anos. Logo, não esperemos grande inovação ou tecnologia do pastor. Outro pastor do interior do estado, Rui Alves, será o secretário de Turismo. Como deputado estadual, não apresentou um único projeto de lei na área.
O novo secretário de Segurança Pública é o Orlando Morando, que terminou seu segundo mandato como prefeito de São Bernardo do Campo no 31 de dezembro. Não seria melhor pegar umas férias? Morando não deve conhecer as quebradas paulistanas, nem os bastidores da GCM. Antes de ser prefeito de São Bernardo, ele tinha criado um time de futebol local e apresentava um programa de colunismo social na RedeTV!. Mas quem liga para Segurança?
Texto de RAUL JUSTE LORES
(Se você acha que prefeituras têm pouco a fazer nessa área, então tanto faz o nomeado, sugiro que assista a este vídeo do link abaixo.)
2 Comentários
Enquanto o prefeito Ricardo Lula da Silva cria 35 secretarias e vive cantando e prosa que a prefeitura tem dinheiro sobrando porque ele não devolve o dinheiro dos aposentados que ele usurpou e até hoje não devolveu como fez o governa do estado o supremo federal já está votando a inconstitucionalidade do caso já está 7a1 a votação lá mesmo assim ele não devolve o nosso dinheiro e aí fica fazendo farra com o dinheiro dos outros esse é o caráter dele.
Orlando Morando chega com a promessa de “acabar com os pancadões”. Não conseguiu fazer isso em São Bernardo como prefeito, como pretende conseguir em São Paulo como secretário?